Conforme o Catecismo da Igreja Católica, tal oposição apoia-se na Sagrada Escritura, que apresenta os atos de
homossexualidade como depravações graves (Gn 19,1-29; Rm 1,24-27; 1 Co 6, 10; 1 Tm 1,10), levando a tradição a
declará-los como intrinsecamente desordenados. Estes atos são supostamente contrários à lei natural, fecham o ato
sexual ao dom da vida e não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum
podem ser aprovados (n. 3527).

Diante disto, deve-se considerar o que diz o Concílio Vaticano II (1962-1965) sobre o correto entendimento da
Sagrada Escritura. O leitor deve buscar o sentido que os autores sagrados em determinadas circunstâncias,
segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretenderam exprimir servindo-se dos gêneros literários então
usados. Devem-se levar em conta as maneiras próprias de sentir, dizer ou narrar em uso no tempo deles, como
também os modos que se empregavam frequentemente nas relações entre os homens daquela época (
Dei Verbum,
n. 12). Os textos bíblicos tradicionalmente citados contra a prática da homossexualidade, se forem devidamente
analisados, não mais fundamental esta posição.

O Concílio também diz que, na atividade pastoral da Igreja, conheçam-se e apliquem-se não apenas os princípios
teológicos, mas também os dados das ciências profanas, principalmente da psicologia e da sociologia, para que os
fiéis sejam conduzidos a uma vida de fé mais pura e adulta (
Gaudium et Spes, n. 62). Diante disto, não se pode mais  considerar a prática da homossexualidade como contrária à lei natural e fechada ao dom da vida. Ela é tão legítima
quanto uma união heterossexual em que um dos cônjuges é estéril.