Autor: Equipe Diversidade Católica

Diversidade Católica, 13 anos!

Treze anos atrás, foi ao ar o site www.diversidadecatolica.com.br. O site veio concretizar o desejo de um grupo inicial de pessoas católicas, LGBT e héteros, de fornecer subsídios e apoio para que outras pessoas católicas LGBT, suas comunidades e toda a Igreja pudessem encontrar caminhos para a conciliação da diversidade sexual e de gênero com a pertença ao catolicismo. Pouco tempo após o lançamento do site, aquele desejo e inquietação iniciais se tornaram muito mais do que se poderia imaginar. Com o início das reuniões presenciais, no Rio de Janeiro, o Diversidade Católica seria o primeiro coletivo leigo organizado de pessoas católicas LGBT no Brasil – um lugar onde tantos e tantas de nós encontraríamos acolhimento, apoio, amor; um espaço seguro para partilha e vivência das nossas experiências e da nossa fé em comunidade; uma rede de amigos, irmãos e irmãs de caminhada. Com o tempo, o DC veio a ser também o ponto de partida para outros grupos que surgiriam no país nesses treze anos que se passaram – tantos deles, como o primeiro, também batizados de “Diversidade Católica”. Não por acaso, o DC foi o anfitrião do I Encontro Nacional de Católicos LGBT, onde nasceria a Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT, que em poucos dias celebrará, por sua vez, seus seis anos de existência. Nesses treze anos, temos aprendido, a cada encontro, a cada troca, a...

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Apenas Amor – Uma jornada de autoaceitação

JUST LOVE – A JOURNEY OF SELF-ACCEPTANCE Apenas Amor – Uma jornada de autoaceitação [tradução livre] “Mas Deus escolheu o que é loucura no mundo para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o que o mundo pensa que é importante.” (1 Coríntios 1, 27-28) Passagem bíblica que a autora destaca como fonte de força para si, nos momentos em que se sentiu – e se sente – inadequada no ambiente eclesial. DA OBRA Publicada em 2018, Just Love é a autobiografia de Jayne Ozanne, mulher cristã de notável atuação no seio da Igreja Anglicana. Ao longo das páginas, a autora conta sua trajetória nas diversas dimensões da vida, do serviço na Igreja à descoberta da sexualidade e desafios no percurso espinhoso de autoaceitação. Além disso, a obra é atravessada pelos meandros de sua carreira profissional – que, em certa medida, proporcionou encontros que se mostraram determinantes no próprio processo de descoberta da sexualidade. A cronologia do livro vai de 1977 até 2017, estendendo-se por 40 anos da vida de Jayne. O caminho descrito é longo, o que torna a experiência de leitura um contínuo de expectativa. Após a leitura, dois aspectos gerais devem ser salientados. Em primeiro lugar,...

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“Diversidade”, um poema

Com alegria, compartilhamos este poema de Ana Luíza Sanjad, uma das integrantes do Diversidade Católica, lido por ela em nossa confraternização de Natal: Diversidade Era fora da lei dos homens Era perfeito aos olhos de Deus Reunimos os odiados que amam pra contar de como era difícil amar sendo odiado Cheguei de forasteira Minha mãe com o peso do mundo nas costas Vi guerreiros nórdicos, vi cavalheiros reais, vi batalhas nacionais Vi brasileiros e alguns estrangeiros lutando por algo tão doável como o amor Vi gente tão gente, pedindo por favor Por favor me deixe ser filho do senhor Por favor Entenda que quero apenas amar quem Deus fez a própria imagem Sem me importar com nada a mais do que suas nobrezas Olho honras, e nada mais Olho olhares, desiguais Eu cheguei de forasteira num grupo de guerreiros Meti o pé na porta como nos filmes do velho oeste Nenhuma pistola apontada “Seja bem-vinda, somos diversidade, somos católicos, somos odiados, e somos amorosos” Guerreiros Amantes Seguiremos, e que a paz nos acalante Que sejamos tudo o que somos E que sigamos como antes Somos livres, tão humanos Somos sagrado Somos… Eu vi um grupo de guerreiros do amor, e acredito ter achado o povo que por Jesus foi libertado, acredito ter achado, gente, que ama como o senhor Acredito ter achado O catolicismo da diversidade Esse grupo é...

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Jovens LGBT periféricos buscam apoio dentro da Igreja Católica

Matéria de Daniel Freitas publicada na Folha de S. Paulo (aqui) em 02-11-2019: Homossexual, o estudante Gabriel Jadson, 23, se sentia diferente de seus dois irmãos e de outros meninos no Jardim Elisa Maria, bairro da Brasilândia, na zona norte de São Paulo, na infância. “Quando tomei coragem para falar, minha mãe partiu para me bater, mas começou a chorar em seguida. Meu pai me viu como grande decepção para a família”, diz. O caminho para lidar com a situação ele encontrou na igreja. “Se não fosse a PJ, não sei onde estaria hoje. Poder dialogar com o grupo de jovens foi fundamental para o meu processo de aceitação.” A PJ é a Pastoral da Juventude da Igreja Católica, que tem atuado nas periferias de São Paulo. Os grupos tratam de políticas públicas e temas ligados à juventude. E passaram a incluir a situação vivida por LGBTs da capital. Segundo a Arquidiocese de São Paulo, há cerca de 20 grupos de base instalados nas comunidades periféricas da cidade formados por jovens voluntários. Entre os objetivos está formar cristãos e cidadãos capazes de reconhecer a imagem de Cristo no outro, respeitando as diferenças de gênero, etnia, crença ou sexualidade. No espaço, debatem o preconceito contra LGBTs na cidade onde 4 a cada 10 moradores já viram ou sofreram discriminação. “É difícil quando não fazemos parte do conceito heteronormativo imposto. Com...

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Dilemas e angústias dos LGBTs católicos

Compartilhamos com alegria a matéria escrita pela amiga Elis Bartonelli e publicada no site do Projeto Colabora (aqui) em 25/12/2019, com participação de membros do Diversidade Católica e de outros grupos irmãos da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT: “Tente se portar de um jeito mais masculino. Desça o tom de voz, coloque as mãos na cintura, dentro do bolso da calça, evite gesticular”. Essas foram algumas orientações que o gerente de loja Alexandre Sinotelli, de 41 anos, ouviu durante alguns meses dentro de um grupo católico quando tinha 27 anos. Até então, Alexandre, que se aproximara da Igreja na adolescência, nunca tinha encarado os sinais de que poderia ser homossexual. Da primeira vez que escutou isso de um dos membros do grupo, pensou em se matar. “Achava que não daria conta de ser a pessoa que eles gostariam que eu fosse. Mas achava que Deus me curaria e me propus a tentar essa ‘cura gay’. Como não queria aceitar quem eu era, comecei a achar bacana. Mas chegou num ponto em que comecei a me perder”, lembra ele. Sentimento de culpa, medo e não pertencimento à comunidade católica são comuns a quem enfrenta situações como as vividas por Alexandre. Na tentativa de resolver essa suposta incompatibilidade entre homossexualidade e catolicismo, LGBTs católicos têm se reunido em grupos de conversa para trocar experiências e entender como viver plenamente a sexualidade sem renunciar...

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