Tenho um grande amigo que adora fórmula 1, acorda de madrugada, assiste a todas as provas, entende de tudo, mas… nunca aprendeu a dirigir. Não sei porque pensei imediatamente nele quando li o depoimento de um gay ortodoxo. Fui muito tempo um gay não praticante, tanto quanto fui um católico não praticante. De certa forma o “não praticar”, seja lá o que fosse, me foi sempre um lugar muito seguro. Também já fui um “super praticante”, tanto como gay quanto como católico, e da mesma forma que a “não prática”, o “excesso” era também uma forma de defesa, uma forma de não fazer contato com minha inteireza. Hoje acredito cada vez mais que é pelo outro que sou nutrido, que é através do outro que Deus se manifesta a mim. Assim não praticar, seja ser gay ou ser católico, é impossibilitar o encontro com Deus, é cortar Sua palavra, é fechar os olhos ao Seu amor divino. Hoje pela graça de Deus sou praticante, tanto como gay, quanto como católico, e me sinto extremamente confortável com isto, pois sou eu inteiro, teoria e prática.

Paz e Bem

R., Rio de Janeiro (depoimento publicado em nosso blog em 2011)