Minha identidade homossexual é uma mera condição que não está interligada ao meu caráter. Contraditório seria se eu fosse um assassino psicopata, um criminoso, um corrupto “E” católico… Enfim, se eu fizesse algo de podre, que atrasa o desenvolvimento da sociedade…

Minha sexualidade não interfere e não prejudica a minha vida e nem a vida dos outros, portanto, não vejo motivos para que Deus possa me julgar por algo tão simples e tão pessoal. Deus nos julga por nossos atos prejudiciais, por aquilo que atrapalha e/ou interfere ao conjunto de pessoas que vivem em nosso âmbito. Ser gay não interfere na vida de outra pessoa. Meus valores definem o meu caráter e serei julgado por ele.

As pessoas precisam perder a mania feia de linkar a identidade sexual de um indivíduo às capacidades religiosas, intelectuais e físicas dele, afinal, Deus nos criou afim de que fôssemos felizes. Aquele que ignora sua identidade de boa vontade para seguir a Deus, amém. Deus conhece seu coração e sabe se essa boa vontade o torna realmente completo e feliz. Mas Deus também conhece o coração daquele que não abandona sua identidade e vive completo e feliz, buscando estar ao lado do Pai em sua condição. Qual criador abandona sua criatura, seja qual for as características dela? O que Deus nos propõe é que busquemos a felicidade junto a Ele, Nele e por Ele. Para isso precisamos estar em paz dentro de nossos corações. Não haveria a “Paz de Cristo” se conflitamos em nosso interior.

Ser gay não é um defeito, é uma condição que só diz respeito ao individuo. Não é um problema social, não está ligado ao tempo ou a educação, ou ao âmbito ou a cultura, não é uma questão de saúde pública, tampouco uma opção. Por que cargas d’água estaria ligado a religião?

Aquele que busca a salvação não deve julgar, porque isso cabe somente ao Salvador.

Paz e bem.

Depoimento de Diogo Araujo, 26 anos, Agente de Registro da Receita Federal, Cristão Católico Apostólico Romano, publicado em 2011 em nosso blog.